sexta-feira, 16 de janeiro de 2015



Não sei dizer a idade que tenho. Mas sei que sou jovem demais para questionar se no passado fiz as perguntas certas, e velho demais para esperar que o futuro traga todas as respostas.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Palhaços nesse grande circo chamado Nação.

Ouvindo ao Cordel do Fogo Encantado, surgiu uma música que gosto muito:

Acho que essa música tem tudo a ver com o 2º Turno das Eleições, pois só consegui pensar:

Somos todos palhaços de um circo sem futuro
Dizem que somos uma nação de pessoas felizes.
Temos um sorriso pintado sobre os problemas e dificuldades que todos enfrentamos
Brasil, brasa sem fogo...Somente cinzas
E a tão falada ordem e progresso jogados nessa poeira
Circo pegando fogo?
Circo pegando fogo?
Circo pegando fogo?
Circo!
E a lona rasgada no alto, caindo aos pedaços e cheia de remendos,
Na globo os artistas em suas novelas dizem que está tudo bem.
E essa tragédia que é viver, e essa tragédia...
Tanto disabor... que fere e cansa.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

CONSTRUÇÃO de uma notícia



O QUE DE FATO OCORREU:
Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego


A NOTICIA QUE A MÍDIA VINCULA NA PRIMEIRA SEMANA:
Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público


APÓS SEMANAS DE INSISTÊNCIAS NESSA NOTÍCIA, DISCUSSÕES E TEORIAS NAS REDE SOCIAIS, RENOVAM A HISTÓRIA APÓS "NOVAS DESCOBERTAS". DE VÍTIMA PASSA A "CULPADO":
Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado


ENQUANTO ISSO NAS REDES SOCIAIS O DEBATE COMEÇA A CLASSE MÉDIA:
Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir
Deus lhe pague


MAS RAPIDAMENTE COMEÇAM A VIR OS DEFENSORES DA MORAL, BONS COSTUMES E DOS "MENOS FAVORECIDOS":
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça e a desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair
Deus lhe pague


E SE ESQUECEM DO CERNE DA QUESTÃO:
Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague