Certa vez, uma estrela em especial desceu ao abismo. De todas que já passaram por ali, esta foi a mais brilhante e a que mais encantou a raposa. E por 5 luas eles brincaram. A raposa mostrou todos os lugares escondidos no abismo, e a estrela lhe trouxe uma luz que nenhuma outra conseguira.
Mas em dado momento a estrela se cansou de brincar, sentia saudade das nuvens e quis voar de volta para os céus. A raposa, amante da liberdade, tentou segurá-la, mas acabou deixando-a ir... E a estrela desapareceu por muitas luas.
A raposa ainda sim esperou, gritava aos céus esperançoso que sua estrela pudesse ouvi-lo. Muitos responderam o seu chamado, outras estrelas, anjos, fadas... Todos tentaram substituir a estrela mais brilhante, mas, pobre raposa, só queria aquele brilho de volta ao seu abismo e nenhuma outra possuia tal luz.
As luas se passam e a raposa vê ao longe um gigante. Sua estrela bricava com ele, e parecia tão feliz... Do seu abismo ainda esperou muitas outras luas até que resolveu seguir o seu caminho sozinho.
Então surge uma fada púrpura que com seu jeitinho conseguiu se embrenhar por todas as barricadas levantadas pela raposa. A fada trouxe escondido nas suas mãozinhas um sorriso e o colou na face da raposa. A raposa se permitiu voltar a brincar com a fada.
Então subitamente, a estrela mais brilhante volta! E pega a raposa completamente de surpresa, despreparada... A estrela disse que se cansara do gigante e queria voltar a brincar com a raposa e trazer luz ao seu abismo.
A raposa, confusa, descobriu que o brilho daquela estrela ainda lhe fascinava e lhe envolvia... Mas completamente ofuscada nao sabia o que fazer...
Tinha medo de que a fada ou a estrela sangrassem. Então a fada púrpura, muito bondosa, subiu novamente aos céus. Ela nao abandou a raposa, ela se senta na margem do abismo e lhe joga sorrisos. Quando a solidão tenta invadir ela nao permite.
Enquanto isso, a estrela timidamente voltou a brincar com a raposa que até queria voltar a mostrar o seu abismo para ela e as coisas novas que lá haviam. Mas nao conseguia mais... Ela esperou tanto... Quando se acostuma ao escuro novamente...
A raposa pediu para a estrela voar novamente para a superfície do abismo, junto com os outros seres, antes que ela se machuce nos espinhos novamente.
A estrela pergunta por que nao deixa que ela entre em seu abismo, a raposa que ja disseram várias vezes não sabe como mostrar que o abismo está fechado para TODOS e que apesar de ser a estrela predileta, não será mais como antes.
Sozinha, a raposa se recolhe à escuridão e a dúvida lhe apunhala o coração: O que fazer?
Mas está aliviada... Como sempre alguem sangrou, e dessa vez foi só ela.
3 comentários:
É meu querido, raramente a gente consegue revitalizar o passado. Fica sempre uma cicatriz, risonha e corrosiva - a fechar portas que antes a gente nem percebia que existia!
Belo conto, menino!
Beijoconas
Já disse que adorei as coisas que vc escreveu, né?
Mas quero ver textos atualizados, com mais brilho e menos escuridão! :D
Adoro vc, bonito! ^^
;*
Nossa, que metáfora bela.
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