Escolheu o mais bonito, charmoso e brilhante. Claro! O seu tem que sê-lo oras! Segurou seu balão pelo maior barbante que tinha e sai por aí ostentando todo aquele ego concentrado levando a tiracolo aquele sorrisinho cínico que entrega a evidente falsa modéstia.
Passou, inflando o peito tal, qual seu balão, por aqueles que preferem egos mais discretos, pequenos e de cores neutras. Há quem diga que não gosta de levantar bandeira, mas segura um dos maiores balões da praça. E quando comentam sempre solta um "imagiiiiina".
Enquanto desfila na praça, nota uma menininha sentada ali no banco, sozinha. Tem um balão pequenininho, mas que trata com esmero tipicamente infantil. O acaricia, desenha, aperta, brinca… o coloca contra o sol para admirar suas cores. O transforma em cometa, em bola e malabar até que cansa e o solta, amuada, o olha pairar pela praça e alcançar altura. Quanto mais seu balãozinho subia maior era o sorriso meigo que se formava em seu rostinho. O brilho de seus olhos contrastava com a luz do sol refratada nas cores vivas do seu brinquedo em ascenção.
A garotinha olha para a praça: aquela mesma passarela de egos inflados. Aquele balãozão bonito, chamoso e brilhante no maior barbante; Levanta-se e sai com as mãos no bolso, com um sorrisinho debochado... meio que contido... abre sua bolsinha, retira um outro balão e vai para outro canto brincar de se reinventar.
E o balão mais bonito, charmoso e brilhante no fim era aquele pequenino que agora sobre despretencioso aos céus.
Modifiquei o texto tirado daqui ó: http://desabrido.wordpress.com/
Poeticamente escrito pela Mady =)