Eu tenho um ímã para bêbados, mendigos e pessoas loucas/excêntrias/bizarras, ou seja, os "loucos", todo o tipo de pessoa que todos evitam contato e são enxotadas na primeira oportunidade.
Já eu não. Gosto de conversar com eles, sempre teem várias hitórias de vida dignas de um bom livro, teorias incríveis, verdades transcedentais e, sem saber, esses personagens mal quistos já me ensinaram muitas coisas. É atravez dos "loucos" que os deuses nos revelam certas verdades.
As pessoas me perguntam por que eu dou tanta atenção para "esse tipo de gente" e não dou logo umas moedinhas de R$0,10 para ele sair logo. Bom, eu não tenho por que trata-los mal já que nunca me fizeram nada... E acho que um pouco de atenção é muito mais valioso que dinheiro. É tudo o que esses "loucos" querem, às vezes, alguém para ouvir seu desabafo ou a história da sua vida.
Sempre acreditei nas pessoas e sempre espero o melhor delas. Obviamente é uma atitude temerária hoje em dia. Contudo em certo momento da minha existência, depois de várias decepções eu tinha desistido das pessoas.
Bem nesse dia estava na parada de ônibus todo amuado e sem paciência para nada quando chega um mendigo. Na parada lotada (meu ímã funciona) e ele vem direto à mim e pede uns trocados. Digo que não tinha nada, o que era verdade, e ele começa a falar algumas coisas aleatórias.
Eu de mal humor, cansado das pessoas quase cortei o papo e saí fora mas nao sei por que resolvi escutá-lo. "Por que não?" pensei.
Ele me contou da sua vida na Bahia. Do seu casamento e seus filhos que ele amava. Do seu vício no crack. Da ruína da sua família. De sua mulher o abandonando sozinho. Da saudade dos filhos. E chorou.
As lágrimas que vertiam em rosto carregavam para longe o peso da culpa e da vergonha por tanto tempo alí contida a muito tempo sem que ninguem se importasse. O peito agora leve tremia descompaçado. Era um choro de liberdade.
Me emocionei também, dei alguns conselhos e sugeri onde poderia procurar ajuda. Meu ônibus se aproximava.
Pedi desculpas por não poder ajudá-lo com nenhum valor e desejei sorte. Qdo ia sair ele me segura no braço e diz:
"Você me deu a coisa mais valiosa de todas. Você me tratou como uma pessoa, como um igual. Você me ouviu e teve compaixão por mim e isso não há dinheiro que pague, nao hà dor que apague, não há fome que supere. São por pessoas como você que eu nao desisto de acreditar que há bondade nesse mundo. E se posso te dar um conselho também seria esse: Não desista das pessoas, elas são valiosas"
Nessa hora entendi o grande ensinamento que Deus, através daquele pobre homem, havia me presentiado. Foi difícil conter as lágrimas. O mesmo choro que consolei outrora agora pertencia à mim. Porém, a cada lágrima que descia mais a minha fé aumentava.
Já eu não. Gosto de conversar com eles, sempre teem várias hitórias de vida dignas de um bom livro, teorias incríveis, verdades transcedentais e, sem saber, esses personagens mal quistos já me ensinaram muitas coisas. É atravez dos "loucos" que os deuses nos revelam certas verdades.
As pessoas me perguntam por que eu dou tanta atenção para "esse tipo de gente" e não dou logo umas moedinhas de R$0,10 para ele sair logo. Bom, eu não tenho por que trata-los mal já que nunca me fizeram nada... E acho que um pouco de atenção é muito mais valioso que dinheiro. É tudo o que esses "loucos" querem, às vezes, alguém para ouvir seu desabafo ou a história da sua vida.
Sempre acreditei nas pessoas e sempre espero o melhor delas. Obviamente é uma atitude temerária hoje em dia. Contudo em certo momento da minha existência, depois de várias decepções eu tinha desistido das pessoas.
Bem nesse dia estava na parada de ônibus todo amuado e sem paciência para nada quando chega um mendigo. Na parada lotada (meu ímã funciona) e ele vem direto à mim e pede uns trocados. Digo que não tinha nada, o que era verdade, e ele começa a falar algumas coisas aleatórias.
Eu de mal humor, cansado das pessoas quase cortei o papo e saí fora mas nao sei por que resolvi escutá-lo. "Por que não?" pensei.
Ele me contou da sua vida na Bahia. Do seu casamento e seus filhos que ele amava. Do seu vício no crack. Da ruína da sua família. De sua mulher o abandonando sozinho. Da saudade dos filhos. E chorou.
As lágrimas que vertiam em rosto carregavam para longe o peso da culpa e da vergonha por tanto tempo alí contida a muito tempo sem que ninguem se importasse. O peito agora leve tremia descompaçado. Era um choro de liberdade.
Me emocionei também, dei alguns conselhos e sugeri onde poderia procurar ajuda. Meu ônibus se aproximava.
Pedi desculpas por não poder ajudá-lo com nenhum valor e desejei sorte. Qdo ia sair ele me segura no braço e diz:
"Você me deu a coisa mais valiosa de todas. Você me tratou como uma pessoa, como um igual. Você me ouviu e teve compaixão por mim e isso não há dinheiro que pague, nao hà dor que apague, não há fome que supere. São por pessoas como você que eu nao desisto de acreditar que há bondade nesse mundo. E se posso te dar um conselho também seria esse: Não desista das pessoas, elas são valiosas"
Nessa hora entendi o grande ensinamento que Deus, através daquele pobre homem, havia me presentiado. Foi difícil conter as lágrimas. O mesmo choro que consolei outrora agora pertencia à mim. Porém, a cada lágrima que descia mais a minha fé aumentava.
6 comentários:
Que Emocionante.
Que nossa fé sempre aumente!
Grande beijo.
Não desista das pessoas :D
tem muita gente imprestável, muitos motivos para achar que tá tudo perdido, mas é só pensar um pouco, afinal, os jornais não mostram quando pessoas se ajudam, só mostram o pior.
Tem muita coisa boa no mundo ainda =)
Lindo!
Eis aqui um pedaço da humanidade.
Aê, Azzz!
Lindo post...mesmo.
porém, contudo, entretanto, todavia...
cada um faz suas escolhas e é responsável por elas. Esse tipo de coisa q o mendigo te disse não me comove em nada.
Só segurei a lágrima porque tô com a webcam ligada aqui. rs
Mas entendo (na verdade não muito) essa vontade que às vezes dá de ouvir o que um estranho tem para nos contar. Teve uma época que eu ouvia muitos bêbados e mendigos na rua. E quase sempre eles me diziam algo que eu demorava pra esquecer.
Teve um que chegou na maior sinceridade e pediu dinheiro pra pinga. Eu dei. Aí ele sentou e me contou que era ex-piloto de avião, mas teve que parar de pilotar porque começou a beber demais. Fiquei um tempão conversando com ele até meu ônibus chegar. Uma outra vez, na mesma rodoviária, chegou um e parou na minha frente. Ficou me olhando e sem mais nem menos disse "vai dar tudo certo". E era uma época que as coisas não estavam dando muito certo pra mim mesmo. Se eu não o visse sempre por ali, diria que foi uma aparição. rs
Enfim, não nos custa nada dar atenção a quem realmente precisa de um pouquinho. De repente, quem precisa da atenção somos nós mesmos...
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